domingo, 21 de fevereiro de 2010

Gordura Trans

A função dos óleos e gorduras tem sido largamente discutidas nas últimas décadas. Muitos mitos e verdades foram levantados, mas você sabe realmente qual gordura deve ser consumida e qual deve ser evitada?

As gorduras trans são um tipo especial de ácido graxo, formado a partir de ácidos graxos insaturados( são isômeros geométricos e de posição dos AG insaturados naturais). Em outros termos, são um tipo específico de gordura formada por um processo de hidrogenação, quer seja natural (ocorrido no rúmen de animais artiodátilos) ou artificial. Sempre fizeram parte da dieta humana, porém as únicas fontes consideráveis desses isomeros eram produtos derivados da carne e do leite de animais ruminantes, em cujo estômagos, encontram-se isomerases bacterianas capazes de converter as duplas ligações das gorduras polinsaturadas das plantas para a configuração trans.

A utilização dessas gorduras na produção de alimentos é importante e de grande interesse industrial. O principal objetivo é melhorar as características físicas e sensoriais dos alimentos. No Brasil, a utilização de gorduras hidrogenadas é ampla e muitas vezes indiscriminada, envolvendo a produção de margarinas, cremes vegetais, pães, biscoitos, batatas fritas, massas, sorvetes, pastéis, bolos, entre outros alimentos.

A ingestão elevada de ácidos graxos trans contribui para o aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Considerando as principais fontes de AG trans já discutidas, recomenda-se a diminuição no consumo desses alimentos, como forma de diminuir a ingestão de gorduras trans.



Produto Quantidade Gordura trans

Biscoito água e sal 2 unidades (30g) 1,0 g

Biscoito recheado 2 unidades (30g) 1,5 g

Biscoito tipo waffer 4 unidades (30g) 5,0 g

Sorvete de creme, com recheio de doce

de leite coberto com chocolate ao leite. 1 casquinha (81g) 1,4 g



A leitura de rótulos é de extrema importância, visto que nos dá a possibilidade de saber que tipo de gordura estamos consumindo. A Anvisa nos orienta com questões acerca desse assunto. Vale a pena tirar as dúvidas:

http://www.anvisa.gov.br/faqdinamica/asp/usuario.asp?usersecoes=28&userassunto=104

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Alimentação como fonte de recuperação para etapas - Ciclismo.




Para discutir a alimentação como fonte para a recuperação de atletas, é relevante que o primeiro aspecto considerado seja o tipo de demanda energética que o ciclismo impõe.

Atividades de longa duração, como é o caso do ciclismo de estrada, impõe ao organismo do atleta grande demanda de carboidratos, cujos estoques são limitados, dessa forma sugere-se uma dieta pré-competição visando preparar o atleta para iniciar a prova com seus estoques máximos de glicogênio sem comprometer a performance nos dias de prova. Vale salientar que antes de pensar em suplementar, é necessário que o atleta já tenha adotado um comportamento alimentar adequado ao seu esforço.

As modificações dietéticas, bem como o uso de suplementação são discutidas largamente na Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Para tais discussões, é necessário lembrar que, antes de qualquer consideração é extremamente importante que a prescrição ou orientação de suplementos alimentares seja decorrido sempre por Nutricionista ou médico especialista, visto que estes profissionais estão legalmente habilitados para tais tarefas.

É sabido, vários estudos comprovam, que existe uma baixa ingestão calórica e um desequilíbrio nutricional nas dietas de atletas profissionais. Devemos levar em consideração que essa afirmação está intimamente relacionada com a resistência ao consumo de carboidratos demonstrados pelos atletas de elite, o que é preocupante, visto que uma oferta adequada de carboidrato contribui para manutenção de peso e adequada composição corporal, além de maximizar os resultados de treinamentos e competições.

A ingestão inadequada de macronutrientes e, consequentemente, de micronutrientes, pode levar a perda de massa magra, disfunção hormonal, osteopenia, maior incidência de fadiga crônica, lesões músculo-esqueléticas e doenças infecciosas que constituem algumas das principais características do “ overtraining” ( excesso de treinamento). Vale lembrar que exercícios de longa duração diminuem de forma importante os níveis de glicogênio muscular e daí a importância de uma reposição de carboidratos durante competições desse porte ( Exemplo - Volta do Estado de São Paulo – Tour do Brasil).

Algumas recomendações são propostas pela Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e é importante se valer destas para que dentro de uma avaliação individual dos atletas, possamos desenhar uma orientação dietética capaz de produzir, com base nos objetivos individuais esperados, os melhores resultados.

Estima-se que a ingestão de carboidratos correspondente de 60 a 70 % do aporte calórico atende a demanda de um treinamento esportivo, para provas longas o atleta deve consumir de 7 a 8 gramas de Carboidrato por quilo de peso ( 7 a 8g/kg Peso) ou de 30 a 60 gramas de carboidrato para cada hora de exercício. Para atletas de endurance as proteínas também tem papel auxiliar no fornecimento de energia, porém a quantidade de ingestão deve ser monitorada devido a tendência em se consumir quantidades excessivas que tardiamente podem comprometer as atividades renais ( Sobrecarga renal).

Outro ponto que deve ter destaque é a importância de uma reposição hídrica adequada em uma volta como o tour do Brasil. A desidratação aumenta o estresse do exercício gerando respostas fisiológicas prejudicadas, diminuição do desempenho físico produzindo também sérios riscos a saúde. Uma desidratação superior a 4% de perda pode provocar fadiga térmica, risco de choque térmico, coma e até morte. A água é uma boa opção de hidratação, porém em esportes como o ciclismo e em voltas longas onde existem várias etapas, o ideal é também fazer uso de bebidas que contenham sódio e carboidrato na composição, vale ressaltar que a ingestão de líquidos hipertônicos poderiam causar secreção de água do organismo para luz intestinal, o que não é adequado.

Bem, as condutas nutricionais são muito específicas para cada esporte, modalidade, tempo de prova entre outras particularidades. Em cada grupo de atletas temos que avaliar as características de cada um. Em termos esportivos, o ciclismo é considerado uma das mais duras e complexas modalidades, devido à alta complexidade que seu estudo envolve. Diante disso, ressalto a importância de um profissional habilitado ( Nutricionista) para acompanhar os ciclistas, bem como outros atletas de outros esportes, não só em competições de destaque, mas diariamente realizando um desenho estratégico eficiente da prescrição dietética em pré-competições e no pós-competições também, essas condutas realizadas a contento só trarão benefícios aos atletas assistidos.



Nutricionista: Nayara Carvalho Cavalcanti (CRN3: 27604)

Participação: José Rubens D’Elia.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

SEJAM BEM VINDOS

Olá, sejam bem vindos ao meu blog!



Sou Nutricionista, trabalho com nutrição em marketing e nutrição esportiva. Quero usar este espaço para compartilhar com vocês dicas e curiosidades sobre nutrição, receitas, ou simplesmente pensamentos... Aqui vamos poder discutir alguns artigos indexados e desmitificar outros artigos que não possuem embasamento científico.


Espero que gostem e contribuam com opiniões!


Boa semana!


Nayara Cavalcanti