sábado, 29 de maio de 2010

PROFESSOR E GESTOR. ELES TEM ALGO EM COMUM?

Lembro da primeira vez que me reconheci como um ser crítico e pensante, mais do que isso, quando me reconheci como uma pessoa intuitiva e com senso de participação ... Estudava numa escola em São Vicente – SP, fazia o primeiro ano do ensino médio. Fui transferida para essa escola e este era o meu segundo ano lá, tinha vindo de uma outra escola muito boa onde pelo menos uma vez por semana nós tínhamos aulas participativas. Estava frio, era uma quinta feira, tínhamos aula logo cedo de geografia com a professora Rosa, que eu gostava muito, inclusive.

Já meava às 8:30 da manhã e a aula estava vazia, um sono incontrolável invadia a minha mente... Eu não conseguia por nenhum minuto me interessar por aquilo! Nossa, estávamos na sala de vídeo, como muitas outras aulas, e a professora resolveu dar aula lá, no frio, numa sala escura e sem vídeo! Uma estratégia um tanto estranha ( Acredito mais na falta de opção para outras salas do que na hipótese de estratégia... Mas esse é outro assunto!)

No meio da aula, eu a interrompi e disse: Professora! Que tal a gente tentar outra coisa? Esta aula está um pouco pesada, sem graça ( para não dizer chata!). O que a senhora acha de discutirmos isso de outra forma? Ela me fulminou, pegou no meu braço e disse: Fora daqui! Fiquei atônita. Estava tão participativa, tentando ajudar, querendo aquele momento... Fui para a diretoria por isso!

Conversei com a diretora, falei que todos os alunos estavam dormindo, ela me entendeu, mas me falou que eu deveria “domar” meus instintos e “ seguir o movimento”. Você tem que aprender a ser mais política, menina! Vá lá e peça desculpas para ela e tudo ficará bem, aconselhou-me. Eu que sempre tirei as notas mais altas da sala me vi indo até aquela professora, que eu não mais admirava para pedir desculpas por algo que eu não achava errado.

Expliquei para ela o que eu queria dizer e pedi desculpas. Ela falou: Quem manda na sala sou eu, mas aceito o seu pedido. Estude, terá prova semana que vem!

Fui para casa pensando naquilo. Eu estava numa instituição que deveria me ensinar a pensar, a criar estratégias para fazer as coisas funcionarem e eles simplesmente me convenceram que eu deveria me calar e ser uma “ aluna normal”. Passei de ano, nunca mais tirei dez na matéria dela, e de certa forma, me desinteressei pela matéria... Mas o importante é que nunca fui de fato uma aluna normal... Disso eu me orgulho!

Contei essa história para levá-los a pensar como gestores... Será que de fato nós queremos os funcionários “diferentes”? Os pensantes? Qual é a nossa atitude diante do novo? Do diferente? Já pensou na visão que algum funcionário pode ter de você e o que isso seria importante no seu crescimento se soubesse?

Vale a pena pensar sobre... A educação é um mix maravilhoso de ensinar e aprender. E de repente, se você está numa posição de comando, desafio você a escutar os seus subalternos e deixá-los que eles o surpreendam. Sejamos nós a dizer SIM a algumas pessoas que se escondem com medo de serem repreendidas, talvez isso de fato pode ser o que sempre ocorreu com elas!

Nayara Cavalcanti.

2 comentários:

  1. DEUS ODEIA O DIVÓRCIO!!!

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  2. Okay! Senhor anonimo!
    Deus odeia o divórcio... E???
    Seja mais claro, aproveite para se identificar... Ou será que não precisa???
    Muito original voce viu, parabéns!

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